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OS MEUS PENSAMENTOS 11
OS MEUS PENSAMENTOS 11

DESPEDIRMO-NOS DE ALGO

Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e nós mesmo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel.A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel. Devem achar que estou mal da cabeça em pensar assim pois o mais certo era pensar  se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mas não é. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar indiferente para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós e fez parte de mim ao longo dos anos. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se em nós e que só com muito esforço é possível tirá-lo de dentro de nós.É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da alma totalmente.Eu não quero ser como ninguém, eu gosto da ideia de ser diferente, até porque de pessoas comuns, e tão sem personalidade, apenas seguindo 'padrões' do que a sociedade julga certo e normal o mundo já está cheio! Tão cheio de pessoas tão iguais, e tão infelizes! Não, eu não quero ser mais um!

A VIDA TEM UM POUCO DE TUDO

A vida tem um pouco de tudo. Estar no mundo é justamente sentir-se aberto para novas experiências e novos sentimentos. O novo, na maior parte das vezes, é o mesmo que fora vivido no passado, mas ver com outros olhos é formidável, principalmente quando o olhar for desarmado. A insistência, a partir da aparência, deixou de ter argumentos consistentes. A busca pela interioridade está crescendo. Nem todos dão o aval, mas já existe um espaço suficiente para movimentar-se em outros caminhos.Algumas mudanças acontecem somente depois de uma dolorida tomada de consciência. Para alguns, nenhuma palavra faz eco. É necessário que a vida faça algo parecido com estrago: virar do avesso. Daquele momento em diante, a felicidade passa a ser provada de dentro para fora. As evidências foram desconsideradas, as palavras cessaram, os discursos não são mais aplaudidos. É imprescindível recolher-se e averiguar o que existe nas profundezas do ser. Virar-se do avesso pode ser uma alternativa interessante. Sempre há algo bom, independente do estado do coração. A felicidade parece não se adaptar com o excesso de manifestações. Há um lado feliz que não se expõe. Talvez seja pela impossibilidade de explicar totalmente a profundidade do sentimento. Ser feliz é um segredo único, sem fórmulas. Não há necessidade de aguardar pelo toque de recolher, mas convém voltarmo-nos para a interioridade do existir. Sem dúvida, a verdadeira felicidade vem de dentro para fora.Não carrego malas pesadas de mágoas, aprendi a reduzir a bagagem do coração. Sei que a perfeição anda a passos largos de mim, isso não me aborrece, deve ser chato acertar sempre. Tenho sonhos e projetos para o futuro, mas, por enquanto, meu caminho é a estrada do agora.

PORQUÊ A MINHA DESCONFIANÇA DESSE AMOR

Este texto seguinte vem em parte contrapôr o texto sobre a definição do amor e em parte porquê? pelo titulo , sim a minha desconfiança porque tu um certo dia te apaixonas, crias planos, sonhos, vives no mundo da lua, com pensamentos altos e ligados ao futuro, futuro este que tu planejaste para vocês, tu já tens a certeza que é com ela a pessoa  que amas, que vocês são intímos o suficiente para dividir a mesma cama, então resolvem pensar em  casar, construir família e ser felizes para sempre. Que lindo, não? Então vão começando a fazer vida, só que daqui uma semana tu te decepcionas com essa pessoa, o motivo eu deixo ao vosso critério, cancelam tudo e passa uma noite inteira pensando nas juras de amor trocadas, e mais que isso, pensas no teu para sempre, esse para sempre que pulsa aí dentro de ti, claro que os sentimentos não passam assim, afinal, a esperança é assassina, te mata parcialmente . No primeiro dia tu não queres ver o dia lá fora, então vem os outros dias, e uma hora tu tens que sair dessa cama e olhar lá fora, aí tu  levantas o olhar, olhas para o espelho e vês o teu semblante, este meio abatido, quadrado em preto e branco, opaco. Nossa, o que aconteceu contigo, com a tua vida? ( perguntas tu a ti mesmo), tu te encontras infeliz e sem a miníma vontade de lutar contra a maré, desejavas  estar morto, e isso tudo porque algo de muito mau aconteceu na tua vida, tu  achas que tudo aquilo que pensaste, sonhaste, planejaste era o bastante para viver a vida. Porém, algo fez com que tudo desencaminhasse. Portanto tudo o que diga respeito a essa palavra amor tenho imensas dificuldades em confiar totalmente , eu bem quero mudar isso, quero confiar plenamente nesse sentimento e isso deixo ao encargo do tempo que me vai ajudar a confiar mas para já é .........  dificil

A MINHA DEFINIÇÃO DO " AMOR"

Derivado ás minhas experiências sentimentais ( boas e más ) alguém que aqui vem ler tudo o que escrevo me pediu se eu não me importava de fazer um texto sobre o que é que eu achava do amor ou seja , dito por outras palavras , o que é que decia ser o amor para mim , portanto aqui vai :Amor devia ser  um destino feliz ao fim de um caminho difícil por uma estrada sem atalhos. Amor devia ser a esperança e muita  paciência. Amor devia ser  colecionar detalhes. Amor é quando a gente sonha acordado e só sabe que é verdade porque tem alguém ao lado sonhando o mesmo sonho que nós. Amor é querer pertencer ao outro, não por submissão ou posse, mas por entrega. Amor é a cada dia que passa estar sempre mais perto do início do que do fim. Amor é tentares te  concentrar  assistir um filme,tendo a teu lado a pessoa mais linda do mundo e não te conseguires concentrar. Amor é encontrar alguém que reúna os teus defeitos preferidos. Amor é procurar roupas parecidas com aquela que ela elogiou. Amor é aprender não só a fazer, mas a querer fazer. Amor é ter sempre alguém na mente enquanto o corpo se esforça para fazer outras coisas. Amor é convencer o outro a fazer o que será melhor para ela, nunca o que será melhor para ti. Amor é não desistir. Amor é nunca se despedir, e isso não é não ter fim. Amor é quando a ausência não se faz presente, pois de algum modo se está sempre ali. Amor é ter orgasmos não só no sexo. Amor é quando terminares com alguém tu sentes que deixaste a ti mesmo. Amor é perceber que a tua felicidade é importante para o outro. Amor é simples de sentir, complicado de explicar e trabalhoso para se manter. Amor é quando o teu espírito descobre um abrigo que não e o teu corpo. Amor é não se contentar com pouco sem exigir mais do que o outro pode dar. Amor é sentir a necessidade de ser sempre sincero. Amor é quando dói mentir. Amor é o infinito onde as paralelas do sentimento e do relacionamento deveriam, mas nem sempre se encontram. Amor é o que se leva uma vida para acontecer e muitas outras para se esquecer. Amor é um estado raro em que em alguns casos a felicidade supera a reciprocidade. E chega o tempo em que finalmente se aceita que o verdadeiro amor não é aquele que necessariamente se concretizou de verdade; o amor da tua vida não é aquele que fica a vida toda por toda a tua vida; o amor que importa na tua existência é o que tu sentes por aquela só pessoa, por tanto tempo, anos e dias sem jamais pensar que desperdiçaste um segundo sequer de tua vida. Amor é escolher sentir saudade. Amor é, por fim, o que só tu  entendes.

TUDO NASCE EM NÓS

as coisas maiores da vida não são construídas por nós - nascem em nós, que é bem diferente. porque não temos qualquer tipo de controle sobre elas. é assim na família, nos amores, ou até nas coisas mais banais, como os sabores que nos prendem. em todas estas coisas que sentimos, que temos prazer, carinho ou vontade, nunca há uma acção nossa para que começassem a ser sentidas. pelo contrário, é algo que vem de dentro, algures por ali, entre a alma, o coração e a capacidade de absorver a vida. é assim no amor. começa num olhar, num desejo, num riso, e apenas sentimos que algo está ali a começar. depois vem o encaixe, os dias grandes em que tudo foi bom, os dias pequenos em que tudo foi difícil, mas em que chegamos ao fim, juntos. sabemos que estamos perdidamente entregues quando não conseguimos explicar o porquê - pergunta-se "o que amas em mim?", e a resposta é "não sei.. sei o que gosto em ti, o que me cativa, o que me prende. mas porque te amo? não sei explicar". porque é esta não racionalidade que torna as coisas grandes. mais que um sentimento que se percebe, é antes um instinto que vem de dentro, sem controle, sem botões on/off. com muita dedicação, cuidado e vontade, claro. mas a essência, aquele rasgo na pele, aquele nó na garganta? esse, raios o partam, tem vida própria..sou intenso. vivo de forma intensa.o que é isso? simples: a intensidade com que se vive vem da forma como nos entregamos - aos dias, ao trabalho, a um amor. mas aqui, a entrega, mais que vontade ou dedicação, tem a ver com a forma como absorvemos o que vivemos. assim, a intensidade tem apenas a ver com aquelas pessoas que entram na nossa vida e mostram um outro olhar, outro ângulo, não diferente - porque esses chateiam, criam ruído -, mas uma ligeira variação do nosso - esses completam. alguém que nos mostra mais um pequeno detalhe do que já gostávamos antes. misto de surpresa e riso tonto, quando alguém diz 'oh, eu também reparo nessas coisas!!'. e aí, ficamos ainda mais ansiosos, numa necessidade permanente de partilha, por mostrar uma música nova, por descobrir um canto novo na cidade, por provocar uma reacção nova, mesmo ao que já se viveu antes. deve ser a forma mais bonita de gostar - ser puramente feliz por provocar os sentidos dos outros.. e ainda há um sentido escondido: a memória.é a intensidade na forma mais poderosa, quando a um sitio, a uma música, a um momento, juntamos a memória do que já se viveu ali. ás vezes choramos de saudade, ou de dor. outras vezes rimos sozinhos, apenas por nos lembramos do que já vivemos naquela música, naquela casa, naquela rua. como agora, por mais longe que estejas, é a memória de te ter aqui, que me acrescenta força aos sentidos. é sentir o teu cheiro ainda na minha roupa, é ouvir aquela  música,(sim aquela musica porque não há amor nenhum que não tenha uma musica associada e toda a relação que nao tenha uma musica associada não é amor) é ficar em silêncio no teu lugar da cama e ainda ouvir o teu respirar de sono sossegado. é ver o nascer do sol no quarto e tocar a memória da tua pele nua ao meu lado. é fechar os olhos, e ter-te em todos os meus sentidos mesmo sem estares presente . isso sim, é viver de forma intensa..

QUEREM UM CONSELHO? NÃO SE DEIXEM MUDAR

É quando amamos que revelamos o nosso maior egoísmo: querer que o mundo seja à nossa imagem. erro tão puro, de quase inocência, mas tão grande, de quase cegueira. é que a forma como gostamos, ou entregamos, é apenas isso - a nossa forma, que não é repetível por mais ninguém. por isso não o podemos esperar que aconteça, e muito menos exigi-lo. arrepia-me a alma sempre que alguém diz que quer mudar o companheiro. tanto egoísmo, mas mais que isso, tanta burrice. porque somos o que somos, e só por nós podemos mudar. assim, olhem para quem vos quer como a pessoa que são, com os defeitos e virtudes que têm, com a forma de entregar, de mostrar, de dizer que tem. é essa que podem contar para sempre. o resto é apenas a vossa ilusão do que outro é. por isso, o elogio mais bonito que alguém pode dar á companheira é pedir para que não mude. nada. que fique exactamente como está, porque é assim que se descobriu a atracção, a ligação, a intimidade. foi assim que se descobriu o amor. claro, que com a vida, todos mudamos um pouco cada dia. mas aí, é algo que vem de dentro e não que é feito por pedido de alguém. quando duas pessoas estão juntas e mudam porque o outro pede, estragam-se. anulam-se. matam-se um pouco em cada mudança. quando duas pessoas estão juntas e naturalmente, cada uma, muda sem quase ter consciência que está a mudar, aí sim, crescem, amadurecem, ficam melhores pessoas. juntas. foi aprendendo isto que fiquei mais homem, mais amante, melhor companheiro, e até, admito-o, mais confiante. não porque mo pediram, mas porque mo despertaram. não porque algum dia disseram: muda isto ou aquilo, mas pelo contrário, por saber que era esse o caminho, que passei a confiar mais no meu instinto. podem haver mil problemas, indecisões, mágoas, dificuldades, mas quando descobrirem que cresceram juntos, que são melhores pessoas juntos, a viagem é sempre única. e esta mudança sim, mais que as palavras,  o amor, fica.... Aprendam com o que a vida me ensinou .....

HÁ COISAS NA VIDA

Há coisas na vida nos preenchem,um  abraço sentido, o riso dos amigos, um olhar de ternura quando se tem um gesto bom, uma mão que toca, quando se diz adeus. mais que momentos que se vivem, são sensações que despertamos nos que rodeiam. interacção bonita esta de dar e receber, de soltar risos em alguém, de emocionar alguém. uma brincadeira , um cirramento, um telefonema na parvoíce, o permanente divertir, provocar alguem com o olhar ,esta procura permanente de perceber alguem que se encontra á nossa frente, de a animar, de a confortar. ou simplesmente de cuidar, mas único mesmo, são as pessoas que nos fazem completos.sim, porque podemos sentir felizes, ter o coração cheio, podemos ser independentes de todos, mas no fim do dia, há uma coisa que nunca seremos sozinhos: completos. podem vir mil filósofos das teorias modernas da independência, mas quem já amou de verdade, entende bem o que digo. porque quando se conhece a outra metade de nós, percebemos que fomos feitos assim: apenas metade. na espera do outro encaixe, da peça do puzzle que fica ali, exactamente no abraço perfeito, no corpo que se sente colado, no beijo que é energia, na pele que se toca e dá choque.não é alguém igual a nós, isso é a nossa cópia. não, mais que isso, é alguém que sendo diferente, tem os pontos de encaixe perfeitos em nós. que tanta vez dão faísca, que arranham com as dificuldades da vida, que magoam com as merdas que fazemos mal, que quase partem com os tempos errados. mas é a única peça em que sentimos o alívio estranho de que não há mais nada para ver, para procurar. aquela em que para estar em sossego, apenas precisamos do nosso canto, os dois, sozinhos. em que a conversa nunca acaba, o riso é sempre parvo e bonito, o amor é sempre lamechas e exagerado, em que o desejo é sempre louco e permanente, só superado pelo sossego do sono junto. são esses momentos, tão simples na velhinha frase  - basta eu e tu - que me dão sentido ao corpo: em que adormeço com a certeza rara que é ali, parte de ti, que sou maior.

É NO SILÊNCIO

o silêncio é um dos maiores privilégios que temos. e, curiosamente, a maioria das pessoas evita-o a todo o custo. nunca percebi porquê. para mim, é no silêncio que nos encontramos: quando todo o ruído baixa, quando ficamos sós, apenas com o que ouvimos cá dentro, entre a cabeça e a alma. sozinhos ou acompanhados, é no silêncio que se chega ao estado puro. por isso, quem foge do silêncio apenas foge de si próprio. eu, todos os dias preciso do meu silêncio: no primeiro banho do dia, no café da manhã , ao meio do dia, enquanto leio o jornal, ou ao fim do dia, ainda no trânsito, quando o silêncio dentro do carro se contrapõe ao barulho lá fora. ou apenas quando chego a casa, e volto ao canto do café. eu, e a minha chávena, apenas. em silêncio. porque, como nesta música, às vezes é preciso tirar os instrumentos, os sons a mais, para poder ouvir o conteúdo. na vida também é assim. só quando paramos, em silêncio, temos espaço para ver o essencial: apenas a letra - a história, os gestos. as atitudes.quando se está com quem se quer também tem de haver silêncios. são mais que necessário. para ouvir juntos, para além do ruído dos dias. os famosos silêncios incómodos são apenas o maior sinal que algo vai mal. porque o silêncio, quando é bem resolvido, é sempre bom. .e depois há o silêncio do mundo. quando ficamos a sós - sozinhos. naquelas horas em que acordamos a meio da noite e já não há ninguém acordado, nem música, nem carros na rua. aquelas horas que já são tarde para telefonar, para mandar uma mensagem, para comunicar. como ontem, quando acordei de um sonho bom. tão bom, que não quis adormecer logo. soube bem sair de casa, dar uma caminhada à volta do bairro( tanto é que tenho chegado a anadia antes das 7 da manhã), e continuar a viver o sonho, e quando se quer alguém no limite, quando se ama no tutano do osso, tem de haver sempre essa insatisfação de precisar sempre mais. tem de haver aquela loucura de ter saudades vinte minutos depois de deixar a pessoa porque estar a seu lado é o  lugar natural de quem ama. tem de haver o vício de estar sempre ao telefone com a pessoa, porque o que os liga é demasiado bom para não ser permanente. tem de haver a imaginação para criar, em cada dia, mais um nível de intimidade, de carinho, de prazer: porque o que se sente nunca cabe apenas no que já viveram até hoje.quando se quer alguém no limite, quando se ama no tutano do osso, tem de haver sempre essa insatisfação de precisar sempre mais. a diferença é que quando se tem a alma gémea ao nosso lado, temos um sossego único: a viajem da procura acabou. porque não se quer mais pessoas, nem mais coisas - quer-se apenas viver mais e mais, com a pessoa que se ama..

A ENTREGA , O VELHO DILEMA

Uma das eternas questões nisto dos amores é aquela dúvida: 'até que ponto nos devemos entregar?'há quem defenda que devemos ter limites, que deve haver uma espécie de lei da compensação, quase uma balança: hoje dou um bocado, e agora espero que ele dê também, e por ai adiante, passo a passo, calculoso.. não percebo. outros defendem que, pelo contrário, nunca devemos dar tudo, para não 'habituar' mal. ou seja, apenas por estratégia, não vamos ser tudo já, para termos algo para dar mais tarde.. não percebo. há ainda quem dê, para simplesmente poder cobrar no momento a seguir: dei-te tanto, agora quero que me retribuas tudo!!.. também não percebo.para mim, o dilema da entrega é simplesmente uma não questão. porque quando se quer, quando se gosta, dá-se e pronto. tendo apenas o cuidado da gestão do 'não sufoco', não há cá que ter meios termos, ou calculismos, ou mariquices de balanças. dá-se! e dá-se tudo o que se tem agora! porque se for a sério, descansem que todos os dias vão ter algo novo, maior, melhor, mais intenso para dar. porque quando é a sério, todos os dias cresce mais qualquer coisa: um tique novo, um ponto da pele que afinal também é sensível, uma palavra que ganha novo significado, um riso tonto que se descobre no momento mais íntimo, ou apenas uma música antiga, que de repente passou a ter significado. ou todas as musicas novas, que vão ficar para sempre marcadas entre nós os dois..eu sou dos que vota pela entrega total, de corpo e alma. sem medos, sem orgulhos parvos, sem receios de dar sem receber. assim, tenho sempre duas certezas: que quem vive comigo tem o melhor de mim, e, que nunca vou, um dia, pensar que podia ter dado mais. e isso, saber que se deu tudo, é um alívio. o mais tonto nisto, é que só quando se entrega tudo é que se cresce como pessoa. ou seja, quem vive nesse dilema, só perde enquanto não avança. hoje, por ter-me entregue loucamente, sei que sou mais homem, mais amante, mais amigo, mais companheiro de quem me recebe.....

DAR E RECEBER

Mais do que perceber o que é "amar", sempre me questionei onde começa esse sentimento. muitas pessoas gostam de quem lhe faz feliz, quem as preenche. outras pessoas gostam quando cuidam de alguém: não tanto pelo prazer de receber, mas pela alegria de cuidar. sendo consensual que quando duas pessoas se amam, estes sentimentos - dar e receber - serão recíprocos, já fica a dúvida quando se procura saber onde eles começam. isto é, somos nós que gostamos daquela pessoa, ou amamos pelo que aquela pessoa provoca em nós?defendo que o que sentimos por alguém começa nesse alguém, e não em nós. mais do que somos e da maneira que gostamos, é o que a outra pessoa é, o que a outra pessoa faz, que nos provoca a reacção. assim, quando se gosta loucamente de alguém, o mérito não será apenas nosso, mas muito mais da capacidade do outro despertar tal loucura na nossa cabeça, coração e afins..defendo também que estas coisas não são estáticas: não se gosta desde sempre, nem sempre da mesma forma. o que liga duas pessoas resulta de ciclos de vai-e-vem, de causa-efeito. o segredo de uma relação não tem assim a ver com o princípio, mas antes com a capacidade de construir. não tem a ver com o que se sente num determinado momento, mas com a capacidade de re-viver esses laços ao longo dos anos e de os manter sempre num ciclo crescente, que se repete, às vezes com coisas novas, às vezes com as costumeiras coisas velhas. aquelas já tão nossas, que nos sossegam só de as saber. só de as repetir.primeiro gostamos do riso do outro, e sorrimos quando nos apresentamos. depois ouvimos tontices e respondemos com parvoíces. a conversa flui, vai e vem, sempre numa alegria parva. depois sentimos um abraço e damos outro, quase resposta. vemos as estrelas juntos e pensamos: ele mexe comigo. ela mexe comigo. passamos noites a ouvir aquela musica, horas a chorar, manhãs a amar. um dia dizes tu que me queres, outro dia digo eu que me tens. porque simplesmente somos um, reflexo do outro. é ter a certeza que é a tua pele que faz da minha mão tão especial quando te toca, mas que é o carinho da minha mão que te faz tremer a pele. é ter a certeza que é o teu olhar que prende o meu, mas que é o meu olhar que emociona o teu. é ter a certeza que tens o melhor de mim. não só pelo que sou, mas muito mais pelo que me fazes ser..