Quando uma relação termina é como se morresse um pedacinho de nós. Seja de quem deixa, seja de quem é deixado. Não é fácil. Não é fácil para nenhuma das partes a não ser que um deles não amasse mesmo. Mas não é sobre esses que hoje escrevo. Hoje escrevo sobre aqueles que um dia se apaixonaram e mais tarde percebem que já nada sentem. Hoje escrevo sobre aqueles que um dia se apaixonaram e de repente o "viveram felizes para sempre" terminou com um "não te quero mais"!.Meus amigos , dói , se dói. Dói que se farta e de nada adianta dizer que está tudo certo ou que vai passar. Nós sabemos que vai passar, que o tempo tudo cura e que lá à frente quem sabe até um dia chegamos a agradecer. Mas na altura dói pelo que foi e pelo que fez sofrer. Dói tanto no ser como no estar. Dói na partilha de bens quando antes se partilharam momentos, vivências, sorrisos, olhares, toques sorrisos e mesmo lágrimas. Dói e é importante que doa.É quase como se assistíssemos à morte inesperada de quem está por perto.Perceber o fim é perceber que a vida é feita de emoções, vivências e surpresas, muitas surpresas. Perceber o fim é perceber que temos que recomeçar tudo de novo mas de outro ponto de partida. De um ponto de partida em que não escolhemos a bagagem que decidimos levar. De um ponto de partida onde não escolhemos o que vamos deixar. Há quem fique lá no novo ponto de partida sem nunca querer mudar mas também não é desses que vamos falar. Existem momentos em que sentimos um misto de tristeza . Seria incongruente se não chorássemos uns dias pelos cantos e passássemos outros tantos a implicar com toda a gente. Ao quinto dia não ressuscitamos mas arregaçamos as mangas, tapamos as olheiras e regressamos ao mundo mais fortes e mais resistentes. Não mudamos no ser e no estar porque é exactamente assim que nos sentimos bem. E ninguém nos muda meus caros.Nós é que decidimos ou não mudar.Quando se voltarem a entregar, entreguem-se. Da próxima vez que estiverem estão. Claro que não vão viver a mesma coisa mas dá a ti a oportunidade de voltares a viver outro amor.Não cometam o mesmo erro que eu , fugir do amor com medo de se magoarem não é solução. Fugir do amor é impedirem de viverem de novo.Não chamem nomes só porque acham que o devem fazer.Peguem na situação, olhem-na de frente e resolvam-na. Repara que escrevi com o outro e não eu. Acredito que o amor não tem amarras e que quando gostamos mesmo de alguém gostamos de a sentir bem e que seja muito feliz. Seria incongruente não lhe desejar felicidades por mais que isso doa e dói, dói que se farta.Acredita que só podes viver um grande amor. Mas acredita que podes viver outros amores se te permitires fazê-lo. Esquece os filmes, as opiniões, a sociedade e as crenças. Retira dos livros aquilo que te serve e vive. Mas antes chora, revolta-te, e aceita a tua desilusão.A verdade é que um amor que não é regado seca, morre e corre o risco de deixar a terra infértil. A verdade é que só os mais corajosos se atrevem a amar.....