Perdemos-nos do amor quando nos perdemos de nós próprios impedindo-nos de ser felizes, realmente felizes. Mas quando falo de amor falo daquele amor puro e duro que nos faz sentir borboletas no estômago e as mãos a transpirar. Que nos faz pular da cama cedo e empreender em dias que pensavamos que seriam inimagináveis mas que vividos nos sabem tão, mas tão bem!Falo do amor que nos faz sorrir sem razão e suspirar em momentos inesperados. Quando falo de amor refiro-me ao amor aquele que eu e tu tão bem conhecemos. Sim. Porque eu sei que também tu amaste assim dessa forma, entregaste, rasgaste as regras, e te permitiste amar. Sim, porque eu sei que também tu te permitiste a ser e a estar.Falo do amor mas falo do amor a ti. Ao que tu eras e ao que tu soubeste ser. Mas atenção falar de amor a ti nada tem a ver com egocentrismo e nada tem a ver com dependência. Falo do amor verdadeiro aquele que te respeita como todas as letras e te mima independentemente do verso onde foi inserido.Porque o verdadeiro amor é bipolar. Oscila entre a excitação do encontro e a serenidade do momento com os dois corações. Vive de uma agitação constante que se alimenta de um qualquer gesto, de um qualquer sorriso e de uma qualquer palavra. Suave, sempre muito suave!Amar de forma morna é como beber café frio, tomar banho de água tépida e receber um abraço que nos faz sentir desconfortáveis.Um amor morno não é um amor calmo mas um amor moribundo. Comparar o amor ao sarampo será quase uma acto de insanidade para alguns e de curiosidade para outros. Comparar aquilo que queremos evitar com aquilo que ansiamos para nós pode ser considerado loucura. Mas será mesmo loucura? Será que ansiamos mesmo por amor? Será que quando amamos estamos a amar de verdade ou estamos à procura de algo que se nos satisfaça mediante um sem número de regras? Será que somos dignos de todas as palavras que já foram ditas e escritas sobre amor? Será que toda a aldeia global que pretendia aproximar-nos nos afasta cada vez mais de quem somos?Acredito que o amor é como o sarampo, viral, infeccioso, transmissível e muito comum na infância. Amar contagia e partilhar o amor também. Todos os actos de amor têm uma tendência a colocar o comum dos mortais a suspirar e a ficar de lagrimita no olho. E quando falo de amor não me refiro apenas e somente ao amor carnal refiro-me ao amor que temos pelo outro. Todo o acto de amor move montanhas, incendeia e comove. Pessoas recheadas de amor são pessoas que saem de casa em prol do outro, que se movem para um todo independentemente de serem singulares. Ama e faz com que o teu amor se torne contagiante!